Os trabalhos aqui propostos procuram instituir um vazio comunicacional crítico.
Com a intenção de serem dispostas nas duas escadarias do Santander Cultural e na web, as intervenções sonoras aqui propostas compreendem frases dos diários do artista/músico/compositor americano John Cage, além de algumas vinhetas com frases de efeito criadas pelo coletivo (por exemplo: “diga aos outros, sempre que puder, como eles devem ser; do contrário, eles acabarão sendo si mesmos“; ou “não ao monopólio visual corporativista”). Intercaladas entre elas estão algumas versões com os textos sendo lidos
Em um mundo que se organiza cada vez mais em sintonia e dependência com a difusão e produção de imagens e informações, as imagens e sons das mídias acabam por definir toda uma realidade coletiva. Ao considerar tal panorama, tais intervenções são deflagradas a partir dessa sintomática instaurada pelo desenvolvimento dos meios audiovisuais e suas influências sobre os comportamentos, sintomática amplificada pela instalação de todo um mercado de percepção sintética – uma verdadeira avalanche cujo sujeito contemporâneo encontra-se imerso. A Re-Ação Sonora aqui proposta intenciona precisamente uma reciclagem das técnicas e artifícios da comunicação, ao manipular suas linguagens ao avesso e valer-se de recursos deliberadamente precários que tangem ao que se convencionou chamar de gambiarra.
